domingo, 29 de julho de 2012


todo poeta morre MIL vezes
sem fechar os olhos.
e quando os fecha,
com a cor da morte intacta
no pensamento:
a poesia ganha vida
pra morrer em outros MIL momentos.

(mário liz)

domingo, 8 de julho de 2012



menos Por Fim

e mais Portanto.

aprendi que viver:

é ser Por Enquanto.

(mário liz) 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

de mim, comigo mesmo.


sou mário liz. mário poeta. mário do armário. mário da tristeza de não ser. mário que é algo. desconfio que sou. só não sei o quê. não sei de nada. nado em todas as praias, menos na minha. e não morri afogado (ainda!). nem ofegado. nem ofendido. só morro se sou ofuscado. a maldita dor de quem come luz. mário liz come luz. por isso gosto da noite. quando anoitece a luz tem mais gosto. e eu g
osto disso. gosto do gosto da luz da noite. gosto do gesto que existe na noite: ele é mais livre. despudorado. depravado. desde os 12 anos sou assim. foi quando a poesia me pegou de jeito. é como se banhar num jato de fogo de vida. com juras e cores de morte. a cabeça e o peito se rendem ao sonho. e se perder é a ordem que resta. mário liz é isso. mário é osso e aço. é humano... e se fecha os olhos, é herói. e dói não ser herói de olhos abertos. ter mais pontos fracos que fortes. e seguir a caminhada na espera que todos esperam... e que eu não consigo acalmar. minha alma é doente. inquieta. aflita. arrogante. arrojada demais para não sair do lugar. é a pena de quem tem asas e não tem penas. de quem tem palmas e não tem palco: atrás do armário não há nada além poeira e escuridão. apenas dentro do coração há um bocado de eira...

(mário liz)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

o problema é o meu silêncio.




meu ódio, tristeza e alegria
não fazem mal a ninguém.
são apenas sentimentos crus.
o problema é o meu silêncio.
por isso me lancem na tempestade.
e me deixem à deriva na euforia.
é assim que não desperto o monstro.
que acorda em Banho-Maria.

(mário liz)
   

quinta-feira, 10 de maio de 2012

voando com meu nariz



a todo momento minto de mentir, de me ter, de medir, de montar, demolir, de manchar, de mudar, demitir, minto de marcar, de matar, de morrer, de mirar, de morar, de moer, de mofar, de emergir. mas sou sincero o bastante para saber. que se nasci para não ser. mentir é um jeito torto de sonhar.

(mário liz)  

quarta-feira, 2 de maio de 2012

de Fá a Fá




os feriados costumam acabar. sempre. e os carnavais. e os orgasmos duram tão pouco. e depois da festa, o aniversário é um ano a menos de vida. e o sabor se despede rápido da língua. feito o perfume que se perde à medida que o vento assopra. e os heroísmos da embriaguez nos fazem pedir a morte no dia seguinte. e a música repetida nunca será um primeiro beijo. assim como a eternidade não está para o desejo. e as folhas e as flores e os fatos murcham. e as cores se apagam. e as pessoas se separam. e se ajuntam à solidão. que enlaça a tristeza. que abraça o vazio. que também acaba.

(mário liz)   

segunda-feira, 30 de abril de 2012



quando eu puder gritar 
quando essa dor partir
(meu peito em dois)
e a Parte Dois fugir 
e só restar aqui 
meu Lado A em cor 
e eu estiver em mim 
seja lá o que eu for
uma letra de cantar 
um rascunho de ator 
e eu puder saltar 
e me desatar pra ser 
eu prometo não acabar 
sem antes marcar à ferro e calor 
o tempo que não passei 
no mundo que me passou

(mário liz)        

quarta-feira, 25 de abril de 2012

o ovo quebrado




bom dia, este é meu filho que não nasceu.
menino esperto, bochechas rosadas, olhos de amêndoa.
ele está no meu livro... que ainda não escrevi.
edição sem cortes, corpo inteiro.
mãos calejadas de tudo que não sou.
o gosto intenso do QUERO SER preso na vida da garganta...
aos atropelos e de uma vez.
aqui jaz, o que por acaso, nem se fez. 

(mário liz)


Quem sou eu

Minha foto
Pouso Alegre, Minas Gerais -, Brazil
Redator Publicitário e Planejamento Estratégico da Cartoon Publicidade, graduado em Publicidade e Propaganda pela UNIVAS. Bacharel em Direito, graduado pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Roteirista do projeto multimídia E-URBANO1 e E-URBANO2, pela UNIVAS E UNICAMP. Ganhador do concurso nacional de redação de 2006 (MEC E FOLHA DIRIGIDA-RJ), onde superou mais de 37.000 concorrentes. Ganhador do Concurso de Redação da UFSCAR, em 2006. Colaborador da Revista Reuni. Tem publicações na revista científica RUA (UNICAMP) e no LIVRO DIGITAL DE 2011 (UNICAMP).